quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Parasita




Porque nesse momento
Logo neste dia que se espera alegria
Sinto eu tristeza
Porque sinto um vazio?

No meio de tantas pessoas queridas
Amigos e familiares
Como consigo eu sentir solidão?
Não sei

Só sei que é como se algo faltasse
Algo importante e desejado
Mas o que mais poderia eu pedir?

Apesar das intempéries
Cai em uma boa família
Após atravessar a lama fria sozinho
Encontrei amigos fieis
Encontrei o amor que tanto desejava e sonhava

Que pensamento egoísta este meu
Se isto não é o suficiente
O que é?
O que tanto me falta?

Sinto nojo de minha pessoa
Nojo de meus pensamentos egoístas
Nojo de meus sentimentos egocêntricos

Sinto tanta vergonha por isto
Vergonha que me faz querer preparar minha trouxa
E ir embora me entregar à solidão do mundo

Pois eu não sou merecedor
Do carinho, amor e afeto que tanto recebi
Nunca fui
Sou um ingrato
Um parasita imundo em meio aos humanos
Que simplesmente aparenta em forma ser um

Lagrimas
Descem por meu rosto enquanto escrevo
Mas elas não têm nenhum valor
Se vindas de mim

Novamente todas as paranoias
Todos os devaneios
Retornam para me assombrar
É isso o que realmente mereço
É o poço
O mundo ao qual deveria pertencer

Ao mesmo tempo em que retorno a ele
Pergunto-me
O que viram em mim
Para querer tirar-me de lá
E mostrar-me a luz que eu nunca alcançaria?



quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O que é a realidade?

Pus-me agora a pensar
Será que realmente existimos?
Como garantir
Que tudo isto não é apenas uma ilusão

Uma realidade montada
Destruindo-se
Modelando-se
Conforme me movo por ela

Como saber se a pessoa a meu lado
Esta realmente ali
Ou se é um fruto da minha imaginação

Um ser sem alma
Uma casca vazia
Colocada ali apenas para preencher o mundo
E manter-me acreditando nesta realidade

Sei que de mim
Não posso duvidar a existência
Não há como duvidar do seu próprio pensamento
Pois esta mesma indagação
Já é por si só um pensamento

Duvido então das condições que existo
Será tudo um sonho
Uma ilusão implantada
Ou apenas um deus insano
Em um planeta vazio
Enchendo o mundo de semelhantes
Só para não sentir-me sozinho

Cheio estou
De indagações metafísicas sobre a realidade
Caminhando na tênue linha
Que separa a sanidade da loucura

A questão provavelmente
Nunca será respondida
Porem a curiosidade
Ainda me impele a perguntar
O que é realmente a realidade?

sábado, 17 de novembro de 2012

Medo da Morte


Um dia a muito tempo atrás
Perguntaram-me:
“Qual seu maior medo?”
E eu lhe respondi
“Meu maior medo é morrer e não ser lembrado por ninguém”

Eram tempos negros
Tempos de solidão
Porem hoje
Não posso mais dizer que este é meu maior medo

Nesse caminho percorrido por mim
Desde aquele dia
Encontrei pessoas especiais
Pessoas que me acompanham até hoje

E apenas por gostar de minha companhia
E de quem eu sou

Sei que se eu morrer hoje
Seja da forma que for
Haverá pessoas a lembrar de mim
De quem eu era
Como era
E quando marquei suas vidas

E só isso já me consola
Tira-me todo medo da morte
E do que vier depois dela
Isso não mais me interessa

Não quero nenhum paraíso
Nenhuma vida eterna
Nenhuma outra encarnação
Não quero nada disto

Tudo que eu quero
É apenas
Ser lembrado como eu fui como pessoa
Amigo
E familiar
Pelas pessoas com quem me  importo
E que realmente gostam de mim

Só isso e nada mais
Só manter a lembrança de minha existência viva
Já me basta

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O fardo do Palhaço


O sorriso do Palhaço


Agora que te vejo
Com outros olhos
Percebo sua tensão
Sua tristeza por me ver assim

Caído, derrotado
Nem mesmo a sombra
Do que outrora havia sido

Dói-me ver isto
Dói-me mais que todas as torturas por que passei
Que todas as feridas que sofri
Dói-me ver
Você chorando por mim

Chorando por um alguém
Que nem ao menos
É digno de sua presença
Quanto mais de sua piedade

O que posso fazer para fazer isto parar?
Não quero te fazer sofrer
De sofrimento já bastam os meus

Só o que consigo pensar
Infelizmente
É fingir

Fingir que esta tudo bem
Que estou feliz como estou
E que não estou tão perto da morte
Quanto pareço estar

O falso sorriso do palhaço
Não é por mal
Esconder as cicatrizes
Produzir um sorriso
E atuar como se estivesse feliz

Esse é meu fardo
O que escolhi carregar
Para que não houvesse outra lagrima em seu rosto
Não por minha causa

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Tédio Depressivo


Neste atual estado em que estou
Já não sei mais
Diferenciar o tédio a depressão
Ambos uniram-se
E um leva ao outro num circulo sem fim

O tédio leva a depressão
A depressão traz consigo o tédio

Os únicos momentos
Em que estou livre
São aqueles
Em que estou acompanhado
Das pessoas com quem me importo

Minha vida agora se resume a isto
Aos lados de uma moeda
De um lado a depressão e o vazio
Do outro
Os curtos momentos de felicidade

Aquele filósofo estava certo
Devemos ir com cautela
Quando vamos atrás da felicidade
Você pode viciar-se
E com o tempo a mesma dose
Não é suficiente
E você quer mais
Cada vez mais
Até que nada o satisfaz

Tão perto cheguei deste caminho
Sem ao menos perceber

Será que ainda há esperança
Para este poeta de alma condenada?

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Graças a você


Quanto tempo já se passou
Desde que aqueles dias
Dias que olhávamos nos olhos um do outro
E o amor fazia parte de nossas vidas
E desejávamos estar cada vez mais próximos

Até que então tudo isso se foi
Tão rápido
Só percebi quando não mais estava ao teu lado
E lá estava outra pessoa

Tentei segurar
Mas as lagrimas continuaram a descer por meu rosto
Lagrimas estas
Que você dizia serem boas

Você estava com meu trincado coração de cristal
Bem em suas mãos
E o quebrou
Em tantos pedaços
Que reuni-los seria impossível

Agora você continua sua feliz vida
Enquanto aqui estou eu
Ainda no mesmo lugar
Apenas vendo o tempo passar

Um alguém sem um coração para amar
É o que sou
Sem esperanças
Sem vontade de continuar
E cheio de medos

Por você tentei mudar
Mas foi você quem me mudou
Transformou-me nesta sombra
Sombra do que eu era

Não mais cometerei este erro
Entregar-me nunca mais
Até por que
Não há mais o que entregar

Dor
Agonia
Medo
Desconfiança

Isso foi tudo o que restou
Do que outrora chamei de amor
E tudo isso graças a você

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Viciado

Duro é
Tentar ser alguém frio
Duro é tentar calar
Um coração romântico

Inveja a mim então
Os verdadeiramente frios
Incapazes de sentir
Emoções essas
Que tanto me perturbam

Tolos são aqueles
Que os chamam de doentes
Para mim
Seria o mais novo passo evolutivo

Porque por mais belo
Doce ou caloroso
Que seja o sentimento

Tudo no fim acaba em dor
No fim nada verdadeiramente importa
Só o que resta
É apenas sofrimento

Quantas vezes
Deito-me em minha cama
Para esquecer o mundo
E do que nele há
E desejando
Que ele faça o mesmo

Se eu sei para onde vai esta estrada
Por que continuo seguindo-a?
Que força é esta que me impele a viver
Que me mantém acordado até agora

Como desejo fugir deste ciclo eterno
De dores e prazeres alternados
A felicidade leva ao tédio
O tédio traz consigo a desagradável depressão
E a depressão me leva ao risco

Risco este que me induz a loucuras
Loucuras em busca de adrenalina
Quanto mais próximo
Das gélidas garras da morte
Mais vivo me sinto

Tornei-me então um viciado
Cuja droga
Inúmeras vezes
Quase me levou ao fim absoluto
Porem
É a única coisa que me mantém vivendo

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Cega Multidão

Inúmeras vezes
Andei pelo meio das multidões
Sem ser percebido
Por nenhum de seus integrantes

Ninguém me vê
Ninguém me ouve
Ninguém me nota
Enquanto ando por eles

Suas atenções estão sempre voltadas
Para seus próprios interesses
Cegos para o mundo ao seu redor
Nem mesmo sentem
A chuva em seus rostos

O sistema os torna cada vez mais individuais
E cada vez mais solitários
Forçando-os a ser assim

Poucos olham para o céu
Se perguntando onde estão
Muitos olham para o chão
E apenas seguem o fluxo
Desacreditados em outra vida alem desta
Grande maioria
Apenas olham sem ver
Perdidos em seus próprios mundos pessoais

Gostaria de poder ajuda-los
A sair da multidão
Fazendo-os enxergar

Mas não posso
O caminho de cada um é único
Não se devendo interferir

Eles não estão preparados para tal odisseia
Para tal choque

Seus olhos doeriam
Ao finalmente ver
Seus ouvidos sangrariam
Ao ouvir os primeiros sons
E sua mente enlouqueceria
Ao perceber a realidade que nos cerca

O Maximo que posso fazer
É andar em meio da multidão
É indicar o caminho
Aqueles dispostos a sair
Mesmos que tão poucos
Estejam dispostos a fazê-lo

Andando em meio à cega multidão
Esperando calmamente
Que alguém me note

O que é Felicidade

O que é?
Essa intangível coisa
A qual chamamos felicidade
E que tão incessantemente procuramos

De onde vens?
Será que nasces como o amor
Será semeada como o ódio

Por que a procuramos
Em declínio
De tantas outras coisas?

Desde o inicio dos tempos
O homem a busca
Como fosse ela
O alimento da vida

Mas onde esta sua definição?
Em suma
Onde esta sua essência?
O que ela realmente é?

Um sentimento
Uma emoção
Um momento
Infinitas são as palavras para descrevê-la
Sendo assim
Infinitas as formas de dizê-la

Uns dizem que nunca a alcançaremos
A resposta a essa questão
Dizem-nos ser inalcançável

Mas mesmo que não saibamos
A UNA definição
Sabemos intrinsecamente
Como
E o que ela é

Talvez
Este seja o real sentido da vida
Aquilo por qual
Vale a pena viver

Todos a procuramos
Seja da maneira que for
Seja no amor
Seja nas realizações
Seja na família
Seja como for
A corrida da humanidade por seu objetivo
Ainda continuara por um longo tempo

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Vazio

Por vezes nos sentimos vazios e sem objetivos

Cansados de tudo e de todos

Pensando sermos erros no mundo que nascemos

Não há quem possa nos ajudar

Não ha palavras que nos acalentem

Simplesmente não há mais esperança

Tudo que podemos fazer é nos tornar parte do vazio

A escuridão

Após tão longo tempo
Tão longo que já não lembro
O porquê ou como isso se iniciou

Após tanto tempo
Eu finalmente paro de correr
Estou cansado de fugir
Meu coração não mais aguenta

Olho para trás
E lá esta ela
A escuridão
A mesma a qual fugi durante anos

Eu finalmente entendo
Não há como fugir
Nunca houve
Achava que saindo do poço
E alcançando os céus
Ela me deixaria partir

Mas não
Ela me seguiu
E me trouxe de volta ao frio chão
Então fugi inutilmente
Tentando alcançar uma luz
Que estava alem do possível a mim
Que tolo fui

Estou deitado olhando para o céu
Enquanto as trevas lentamente me circundam
Aproveitando meus últimos momentos
A ver céu iluminado pela luz
Que tanto busquei

Agora eu finalmente entendo
Nunca houve fuga
Ela sempre saberia onde eu estaria
Pois ela sempre esteve próxima a mim
Em mim

Esteve sempre em meu coração
Circulando por minhas veias
E invadindo meus pensamentos

Agora abraço a escuridão
Que por anos temi
Mas agora é diferente

Seu silencio
Seu frio
Sua solidão
Agora me torno um só com ela

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Doce Amizade

Conheço-te há tão pouco tempo
Mas sinto como se estivesse sempre aqui
Mal sei sobre você
Mais sinto que posso confiar minha vida em suas mãos
Que você não me deixaria cair

Sua companhia mesmo que indireta
Torna a mais solitária noite
Na mais aconchegante

Falo com você mesmo sem nada a dizer
Sua companhia é uma das poucas
Que me faz esquecer todo esse mundo triste e cruel
E tudo nele que me faz sofrer

Nunca me esquecerei de ti
Você foi aquela que acreditou em mim
Quando ninguém mais o fez
Que me levantava quando caia
Que sorria para me animar

Nossa amizade é como mágica
Um mistério
Ininteligível para uns
Confuso para outros
Alguns até a nomeiam de ilusão

Mas nos dois
Nos sabemos que é real
Sentimos a força que nos une a cada momento juntos
Pobres coitados os que não nos entendem
Não sabem ver uma verdadeira amizade sem duvidar

Você sozinha nunca mais estará
Sempre que precisar estarei ao seu lado para segura-la
Sempre terá um ombro amigo para chorar
E uma companhia certa sempre que me chamar

Estaremos sempre juntos
Mesmo que separados por tempo e espaço
Você sempre terá seu lugar marcado
Em meu coração

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Família

Nessa nossa curta estada nesse planeta
O maior tesouro
Que podemos conseguir

Não é nenhum valor monetário
Não nenhum tipo de poder
Nem qualquer tipo de posse

Esse precioso tesouro
Esta em seu sangue
E alem dele

Esse tesouro é a nossa família
Família esta
Que pode vir em diversos formatos
Tipos e tamanhos
Mas sempre com a mesma importância

Família cuida de você sempre
Esta lá para comemorar com você quando ganha
Esta lá pra te apoiar sempre que perder

Mães e pais e tios
Primos e irmãos
Netos, filhos e sobrinhos
Todos como uma unidade

Mas a família real ainda vai alem disto
Às vezes as amizades são tão próximas
Que suas relações evoluem
Eles se tornam parte da sua família

Não importa como seja sua família
Seja ela sanguínea ou não
Cuide dela e se importe com ela
Proteja-a com todas as suas forças

E não se esqueçam de serem felizes
Todos juntos como um

Madrugada Solitária

Quem nunca
No meio de uma noite fria em seu quarto
Sentiu-se sozinho
Solitário
Abandonado pelo mundo

Sentindo como se não houvesse ninguém
Que se importasse com você
As lagrimas querendo sair
A cada segundo dolorido
Cada um como uma facada em seu coração

Você se revira em sua cama
Buscando conseguir o calor de uma pessoa

Mas não há mais ninguém nela
Não há mais ninguém em sua cama
Não há mais ninguém em seu quarto
Não há mais ninguém em sua vida

O somo parece nunca chegar
Para aliviar a tortura
Com os sonhos que o acompanham

Sozinho no meio da madrugada
Você começa a imaginar
Pessoas conhecidas a dormir tranquilamente
Sem ter que a toda noite
Passá-la em claro
Enquanto a solidão te consume
Cada vez mais

Você sente inveja
Você quer ser como eles
Ter vidas como as deles
Mas não pode

Sozinho no meio da madrugada
Envolto em seus pensamentos de tristeza e solidão
Tudo o que você pode fazer
É esperar o sol nascer

sábado, 25 de agosto de 2012

Sentimentos de um louco


Você sempre fora
O meu desejo mais distante
Mais impossível

Tão impossível que nem o mais louco dos loucos
Ousaria sonhar
Mais então por que eu sonho?
Por que não consigo parar de sonhar?

Essa atração traz consigo sentimentos
Os quais achei que não mais sentiria por ninguém
Sentimentos esses que me levam a loucura

Passo as noites sonhando com seu belo rosto
Admirando seu sorriso contagiante
Adorando cada vez mais
Sua personalidade cativante

Mas isso deve parar
Por mais belo que seja o sentimento
Ele nasceu destinado ao fracasso

Não sou o que você quer
Não sou o que você precisa
Não sou o que você merece
Quem me dera um dia ser

Como eu preencheria o seu vazio
Sendo tão vazio quanto?
Como eu resolveria seus problemas
Se mal consigo resolver os meus?

Você queria um homem
Mas eu sou apenas um menino sonhador
Que não merece a atenção que recebe

Ecos das Vozes



Após anos de silencio
Elas voltaram
Aquelas mesmas que me levaram ao precipício
Aquelas vozes

As vozes que me atormentavam no poço
Voltaram para buscar
O seu fugitivo

Vozes estas que só eu escuto
Que me deprimem a cada palavra dita
Cada uma delas ecoando em minha mente
Ricocheteando por meu crânio
Causando estragos e destruindo
O pouco de sanidade que me resta

Tento inutilmente ignorá-las
Mas não há como fugir
Até em meus sonhos sou perseguido
Todos eles direcionados ao fracasso e a tristeza

Por que eu?
Com tantas pessoas no mundo
Porque escolher um ninguém como eu?
Alguém que nada tem e nada merece

Não
Isso são elas falando e não eu
Se bem que já quase não consigo mais 
Distinguir o que é o que

Elas cada vez penetram mais em minha mente
Se unindo a cada pensamento
A cada sentimento
A cada emoção

Aproveito os poucos momentos de lucidez
Para tentar me acalmar 
Tentando pensar numa forma de fazê-las parar

Pois tudo que ouço é
Você não é ninguém e nunca será
Estará para sempre solitário
Você era nosso e sempre será
Ninguém pode te ajudar

Tento manter o controle
Não acreditando em suas mentiras
Mas
E se não forem mentiras?

domingo, 19 de agosto de 2012

Fenix

mais um dia sem companhia
 mais um mês a sôs comigo
mais um ano que passo sozinho

porém, esse ultimo ano me trouxe uma revelação
percebi que não sou forte o bastante
para ir contra a maré

a solidão causada por isso
 é grande demais para alguém como eu
tenho uma escolha a fazer
 continuar assim e continuar solitário
ou me apagar
e me refazer
sendo como aqueles que outrora eu me sentia honrado em não ser

sempre achava que o ano seguinte
 seria melhor que o anterior
pura ilusão minha
só vejo piorar o que já era ruim

agora estou prestes a abandonar a mim mesmo
não sei se ira funcionar
mas devo arriscar

 apesar de que a chance de eu encontrar alguém
que esteja indo na mesma direção que eu
e que esteja disposto a me acompanhar
é rara demais para me dar qualquer esperança

não suporto mais as pessoas
que falam comigo apenas para se dizerem educadas
mas que na verdade odeiam a minha presença
e tem vergonha de mim

simplesmente não suporto mais essa vida assim
por isso vou me destruir
 como a mítica ave fênix
que renasce das cinzas
apos a dolorosa morte
farei isso comigo

pode ser que a infelicidade me siga
nesse novo caminho que planejo seguir
mas possivelmente terei uma companhia
o que me fara esquecer
ou ao menos suportar
a dor que carrego em meu coração

O Fardo



Quanto tempo terá se passado
Lá fora?
Desde aquele fatídico dia
Em que me fechei por trás
Dessas grossas e monumentais muralhas

Lembro-me como se houvesse acontecido ontem
A saída do escuro e fundo poço
Com o qual gastei tempo e esforço para escalar

Impressionado com este “novo mundo”
Com a presença de outras pessoas e da beleza natural
Por ser ingênuo
Segui aquela pessoa aos mais altos céus
Para somente perceber que tudo era ilusão
E que eu caia em queda livre

Naquele dia parte de mim morreu
Aquela pequena e frágil criança não mais existia
Sobrou apenas a parte mais crua e fria
Com apenas uma lembrança
Do que era ser feliz

Já não mais queria saber do mundo
Lutei tanto escapando do poço
Para isso?

Fechei-me totalmente
Com muralhas que me mantém seguro
Das tristezas do mundo
E também de suas alegrias

Muralhas estas que me mantém preso
Junto com os meus demônios internos
Que vivem a me atormentar e a desestimular a vida
Não há para onde fugir

Cada pessoa tem seus fardos
Seus próprios problemas e segredos a carregar
E se este é o meu
Devo sustentá-lo sozinho

Há um frágil equilíbrio no mundo
Tristeza e felicidade devem coexistir
Então devo carregar o meu triste fardo
Sozinho
Para que os outros possam sorrir

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Poeta Anônimo


Estou novamente aqui
Neste alto local
No meio da noite
Observando as estrelas

Olho para as constelações
Das quais se destacam as dos heróis
Imortalizados no céu noturno
E ao mesmo tempo parte de nossa imaginação

Vou até o parapeito
Admirando a fatal distancia até o chão
Já nem conto mais as vezes que vim aqui
Para ficar apenas sozinho
Junto aos meus pensamentos

Quantas vezes eu pensei em me atirar daqui
Dar um fim a esta existência miserável
Afinal quem se lembraria de um poeta desconhecido?
Minha morte não seria nada
E eu poderia me unir aos meus heróis nas estrelas

Muitas vezes isso passa pela minha mente
Será que vale realmente a pena
Continuar a viver?

Aproximo-me cada vez mais da borda
Fecho os olhos
Posso sentir a falta de chão em meus pés
Uma ultima lembrança passa por meus olhos

Meus amigos
Que me ajudaram tantas vezes
Sem que eu nem ao menos pedisse ajuda
E muitas vezes a rejeitasse por orgulho

Vejo então o suposto futuro
Meu funeral
Poucos participam
Porem a tristeza esta clara em suas faces
Como se não entendessem como aquilo pode ter acontecido

Abro meus olhos novamente
O vento em meu rosto parece me chamar para o salto final
Mas agora eu percebo

Mesmo que eu seja um poeta anônimo
Ainda haverá pessoas a lembrar de mim
A lembrar quem eu costumava ser

Devo mais a estas pessoas
Do que uma morte sem sentido
Eles não merecem isto

Afasto-me do parapeito
Olho para meus heróis
E digo
“Um dia ainda me unirei a vocês
Até lá me esperem mais um pouco”

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Realidade Ignorada



Creio que agora entendo
O porquê das pessoas acreditarem em contos de fadas
O porquê de se esconderem da realidade
Fechando os olhos para todos os fatos

A realidade por si só
É algo insurpotavel demais
Crua,
Fria e
Triste

Isto nos deixa com duas escolhas
O caminho difícil
De suportar as tristezas e ser realista
Tentando não se deprimir
Mesmo sabendo que aquilo que você deseja
Nunca acontecera

Ou ir pelo caminho fácil da imaginação
Da fuga do mundo
Ignorando os gritos de desespero
Sendo cego para as lagrimas nos olhos
Fugindo para suas falsas esperanças
Que são a única coisa que o mantém vivo

Loucos são aqueles
Que tentam enxergar a realidade por si só
Mal sabem que assim somente se destruirão

Todos têm um pouco de suas esperanças falsas
Mesmo que por dentro saibamos que são infundadas
O coração precisa sobreviver

Já não me restam forças para continuar resistindo a isto
A depressão do mundo me atinge
Como quando um veneno se espalha por um corpo
Infectando e o destruindo internamente
Centímetro por centímetro

O mundo é um lugar cruel
Um lugar insano
E que por si só
Praticamente não faz sentido

O mundo é o lugar aonde os sonhos vem para morrer

Amor Medroso


Já é tarde da noite
E eu aqui
A esperar pacientemente você

Esperando que você me responda
Querendo simplesmente a sua atenção

Quando nos falamos é como se o tempo se torna menor
Horas se tornam minutos
Minutos se tornam instantes
Nunca há tempo suficiente que me satisfaça

Apaixonei-me novamente
Porem desta vez
Reservo tudo apenas para mim
Nada te digo e nada direi

Meu doce querer secreto
Prefiro me manter quieto
Pois às vezes é melhor fechar is olhos
E sonhar que poderia existir algo
  Mantendo assim a rosa da esperança viva
 Que acordar e ver que a rosa morre
 Devido à impossibilidade

Serei apenas um admirador
Com um amor secreto

Continuo então por isso
A esperar sua resposta
Pois cada momento juntos
E cada conversa informal
são os momentos que me sinto bem

Quanto tempo terei eu de esperar
O seu “oi”?

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Sonhar

As vezes é melhor sonhar
Que poderia existir algo
 E manter a rosa da esperança viva
 Que acordar e ver que a rosa morre
 Devido a impossibilidade

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Querer & Poder


Não quero o que posso
E quero o que não posso
Creio agora que ha um erro naquele antigo ditado
"Querer é poder"

Querer é apenas um incentivo
Poder ou não
É o que realmente importa

Como eu queria ter
Aqui ao meu lado
Mas há certas coisas
Que você deve desistir apenas

Não que o esforço gasto
Não valeria a pena
Mas sim
Pela simples impossibilidade

Nos humanos somos viciados no proibido
Quanto menor a possibilidade de se ter
Maior o seu vicio e o seu preço

Porem dinheiro não me trara o que quero
Aquilo que quero
Não pode ser comprado
Não pode ser conquistado por poder ou força
Não há valor suficiente que lhe possa ser atribuído

Meu pequeno vicio secreto
Como te quero
Mas como não posso ter o que quero
Só me resta então sonhar

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Pequenina


Quem diria que num mundo caótico
Em um universo em eterna transformação
Em que tudo é e não é

Eu encontraria em meio a bilhões de pessoas
Cada uma totalmente diferente das outras
Uma pessoa estranhamente perfeita
Alguem como você

Que se tornou uma amiga
Na verdade
Muito mais que apenas uma amiga

Uma companheira
Um porto seguro nesse maldito mar de decepções

Você me entende como mais ninguem
Sabe exatamente o que penso e digo
Mesmo quando não digo nada
E até se nem eu souber do falo

Como se tivesse um manual
Da minha mente e sentimentos

Que nossa amizade
Seja mais resistente que o mais duro dos metais
Calorosa como o sol
E eterna enquanto durar nossas vidas

Espero que estejamos sempre juntos
E ainda que não estejamos
Não importa a distancia ou o tempo

Você é
E sempre será
A minha Pequena.

Infancia


Me vejo a rever
As antigas fotos
Viagens, festas
Momentos

Momentos que agora fico a lembrar
Aqueles dias
Em que a vida era mais simples
Em que a depressão ainda não me dominava

Dias felizes
Quando aquele bobo sorriso no rosto
Ao brincar com os amigos
Era tão frequente quanto respirar

Como pude eu
Deixar morrer esta criança que havia em mim
Em que momento tudo aquilo acabou?

A criança morre
Para o adulto nascer
O que antes era simples
Se torna intrisicamente complicado
E o sorriso se torna cada vez mais escasso

Queria eu voltar ao passado
Resgatar aquelas lembranças
Vive-las uma vez mais
Quem me dera nunca ter crescido

O que diria aquela criança
Se visse aquilo que me tornei?

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Caos


Pensas tu que tens sorte?
ou achas que tem azar?
e se falassem a ti
que tudo isto não passa
da vontade humana de culpar algo sempre?

a verdade agora te digo
sorte e azar
não passam de nomes para o vazio
o que realmente há
é o caos

a força motriz que move
desde a coisa mais simples e mundana
como o nosso dia a dia
quanto coisas infinitamente superiores
como o proprio universo por si so

ele esta em todo lugar
agindo em todo momento
enquanto nos frageis humanos
tentamos inultilmente impor a ordem

não percebemos o quão justo ele é
acreditamos na justiça dos deuses humanos
tão pifios se comparados a ele
escolhemos os deuses por simples preferencia
pelo achismo de nos acharmos superiores
aqueles que serão julgados

porem não o confunda com um deus
não há consciencia nele
há apenas o ato

ele é apenas uma força destrutiva
caos
no sentido mais literal da palavra

inconstante
incontrolavel
inesperado
igual para todos
não importando quem é

o caos a tudo destroi
porem da morte e da destruição
vem junto a vida nova

sábado, 12 de maio de 2012

Perfeição




Eu sabia que não era
Ambos sabiamos
Mas você me queria um ser perfeito

Na minha ingenuidade
E por amor
Tentei ser como suas expectativas
Mesmo estando elas tão longe
Quanto as estrelas no céu

Eu tentei
Mas nunca era o suficiente
Nunca estava bom

Você me viu tentar
Dezenas e dezenas de vezes
Viu eu desmontar quem eu era
Apenas por você

Você nunca tentou me parar
Como deveria ter feito
Alguem que diz me amar
Pelo que sou

Nem amor você sabe o que é
Pois se soubesse não me diria aquilo
O verdadeiro amor
É ver na imperfeição do outro
Sua singularidade
O que a torna especial

Por não alcançar suas expectativas
Você foi embora
Me deixando em pedaços
Por tentar montar
O seu quebra-cabeças da perfeição

Mas você nunca encontrara o que procura
Porque você quer o inexistente
O perfeito é apenas um conceito em sua mente
E o mundo não gira em torno de você
Muito menos corresponde a seus futeis desejos

E a mim
Me vale uma lição
O amor nos deixa estupidos
Nos transforma em irracionais

Nunca tente procurar o perfeito
Nunca tente alcança-lo
Pois sera uma busca infrutifera
Sem fim
Sem resultados

Tudo o que você conseguira
Sera destruir internamente
A si mesmo
E nada além disso