Inúmeras vezes
Andei pelo meio das multidões
Sem ser percebido
Por nenhum de seus integrantes
Ninguém me vê
Ninguém me ouve
Ninguém me nota
Enquanto ando por eles
Suas atenções estão sempre voltadas
Para seus próprios interesses
Cegos para o mundo ao seu redor
Nem mesmo sentem
A chuva em seus rostos
O sistema os torna cada vez mais individuais
E cada vez mais solitários
Forçando-os a ser assim
Poucos olham para o céu
Se perguntando onde estão
Muitos olham para o chão
E apenas seguem o fluxo
Desacreditados em outra vida alem desta
Grande maioria
Apenas olham sem ver
Perdidos em seus próprios mundos pessoais
Gostaria de poder ajuda-los
A sair da multidão
Fazendo-os enxergar
Mas não posso
O caminho de cada um é único
Não se devendo interferir
Eles não estão preparados para tal odisseia
Para tal choque
Seus olhos doeriam
Ao finalmente ver
Seus ouvidos sangrariam
Ao ouvir os primeiros sons
E sua mente enlouqueceria
Ao perceber a realidade que nos cerca
O Maximo que posso fazer
É andar em meio da multidão
É indicar o caminho
Aqueles dispostos a sair
Mesmos que tão poucos
Estejam dispostos a fazê-lo
Andando em meio à cega multidão
Esperando calmamente
Que alguém me note
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