domingo, 19 de agosto de 2012

O Fardo



Quanto tempo terá se passado
Lá fora?
Desde aquele fatídico dia
Em que me fechei por trás
Dessas grossas e monumentais muralhas

Lembro-me como se houvesse acontecido ontem
A saída do escuro e fundo poço
Com o qual gastei tempo e esforço para escalar

Impressionado com este “novo mundo”
Com a presença de outras pessoas e da beleza natural
Por ser ingênuo
Segui aquela pessoa aos mais altos céus
Para somente perceber que tudo era ilusão
E que eu caia em queda livre

Naquele dia parte de mim morreu
Aquela pequena e frágil criança não mais existia
Sobrou apenas a parte mais crua e fria
Com apenas uma lembrança
Do que era ser feliz

Já não mais queria saber do mundo
Lutei tanto escapando do poço
Para isso?

Fechei-me totalmente
Com muralhas que me mantém seguro
Das tristezas do mundo
E também de suas alegrias

Muralhas estas que me mantém preso
Junto com os meus demônios internos
Que vivem a me atormentar e a desestimular a vida
Não há para onde fugir

Cada pessoa tem seus fardos
Seus próprios problemas e segredos a carregar
E se este é o meu
Devo sustentá-lo sozinho

Há um frágil equilíbrio no mundo
Tristeza e felicidade devem coexistir
Então devo carregar o meu triste fardo
Sozinho
Para que os outros possam sorrir

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