Quanto tempo terá
se passado
Lá fora?
Desde aquele
fatídico dia
Em que me fechei
por trás
Dessas grossas e
monumentais muralhas
Lembro-me como se
houvesse acontecido ontem
A saída do escuro
e fundo poço
Com o qual gastei
tempo e esforço para escalar
Impressionado com
este “novo mundo”
Com a presença de
outras pessoas e da beleza natural
Por ser ingênuo
Segui aquela
pessoa aos mais altos céus
Para somente
perceber que tudo era ilusão
E que eu caia em
queda livre
Naquele dia parte
de mim morreu
Aquela pequena e
frágil criança não mais existia
Sobrou apenas a
parte mais crua e fria
Com apenas uma
lembrança
Do que era ser
feliz
Já não mais queria
saber do mundo
Lutei tanto
escapando do poço
Para isso?
Fechei-me
totalmente
Com muralhas que
me mantém seguro
Das tristezas do
mundo
E também de suas
alegrias
Muralhas estas que
me mantém preso
Junto com os meus
demônios internos
Que vivem a me
atormentar e a desestimular a vida
Não há para onde
fugir
Cada pessoa tem
seus fardos
Seus próprios
problemas e segredos a carregar
E se este é o meu
Devo sustentá-lo
sozinho
Há um frágil
equilíbrio no mundo
Tristeza e
felicidade devem coexistir
Então devo
carregar o meu triste fardo
Sozinho
Para que os outros
possam sorrir
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