quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Poeta Anônimo


Estou novamente aqui
Neste alto local
No meio da noite
Observando as estrelas

Olho para as constelações
Das quais se destacam as dos heróis
Imortalizados no céu noturno
E ao mesmo tempo parte de nossa imaginação

Vou até o parapeito
Admirando a fatal distancia até o chão
Já nem conto mais as vezes que vim aqui
Para ficar apenas sozinho
Junto aos meus pensamentos

Quantas vezes eu pensei em me atirar daqui
Dar um fim a esta existência miserável
Afinal quem se lembraria de um poeta desconhecido?
Minha morte não seria nada
E eu poderia me unir aos meus heróis nas estrelas

Muitas vezes isso passa pela minha mente
Será que vale realmente a pena
Continuar a viver?

Aproximo-me cada vez mais da borda
Fecho os olhos
Posso sentir a falta de chão em meus pés
Uma ultima lembrança passa por meus olhos

Meus amigos
Que me ajudaram tantas vezes
Sem que eu nem ao menos pedisse ajuda
E muitas vezes a rejeitasse por orgulho

Vejo então o suposto futuro
Meu funeral
Poucos participam
Porem a tristeza esta clara em suas faces
Como se não entendessem como aquilo pode ter acontecido

Abro meus olhos novamente
O vento em meu rosto parece me chamar para o salto final
Mas agora eu percebo

Mesmo que eu seja um poeta anônimo
Ainda haverá pessoas a lembrar de mim
A lembrar quem eu costumava ser

Devo mais a estas pessoas
Do que uma morte sem sentido
Eles não merecem isto

Afasto-me do parapeito
Olho para meus heróis
E digo
“Um dia ainda me unirei a vocês
Até lá me esperem mais um pouco”

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