Estou novamente
aqui
Neste alto local
No meio da noite
Observando as
estrelas
Olho para as
constelações
Das quais se
destacam as dos heróis
Imortalizados no céu
noturno
E ao mesmo tempo
parte de nossa imaginação
Vou até o
parapeito
Admirando a fatal
distancia até o chão
Já nem conto mais
as vezes que vim aqui
Para ficar apenas
sozinho
Junto aos meus
pensamentos
Quantas vezes eu
pensei em me atirar daqui
Dar um fim a esta existência
miserável
Afinal quem se
lembraria de um poeta desconhecido?
Minha morte não
seria nada
E eu poderia me
unir aos meus heróis nas estrelas
Muitas vezes isso
passa pela minha mente
Será que vale realmente
a pena
Continuar a viver?
Aproximo-me cada
vez mais da borda
Fecho os olhos
Posso sentir a
falta de chão em meus pés
Uma ultima
lembrança passa por meus olhos
Meus amigos
Que me ajudaram
tantas vezes
Sem que eu nem ao
menos pedisse ajuda
E muitas vezes a
rejeitasse por orgulho
Vejo então o
suposto futuro
Meu funeral
Poucos participam
Porem a tristeza
esta clara em suas faces
Como se não
entendessem como aquilo pode ter acontecido
Abro meus olhos
novamente
O vento em meu
rosto parece me chamar para o salto final
Mas agora eu
percebo
Mesmo que eu seja
um poeta anônimo
Ainda haverá pessoas
a lembrar de mim
A lembrar quem eu
costumava ser
Devo mais a estas
pessoas
Do que uma morte
sem sentido
Eles não merecem
isto
Afasto-me do
parapeito
Olho para meus heróis
E digo
“Um dia ainda me
unirei a vocês
Até lá me esperem
mais um pouco”
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