Após anos de silencio
Elas voltaram
Aquelas mesmas que me levaram ao precipício
Aquelas vozes
As vozes que me atormentavam no poço
Voltaram para buscar
O seu fugitivo
Vozes estas que só eu escuto
Que me deprimem a cada palavra dita
Cada uma delas ecoando em minha mente
Ricocheteando por meu crânio
Causando estragos e destruindo
O pouco de sanidade que me resta
Tento inutilmente ignorá-las
Mas não há como fugir
Até em meus sonhos sou perseguido
Todos eles direcionados ao fracasso e a tristeza
Por que eu?
Com tantas pessoas no mundo
Porque escolher um ninguém como eu?
Alguém que nada tem e nada merece
Não
Isso são elas falando e não eu
Se bem que já quase não consigo mais
Distinguir o que é o que
Elas cada vez penetram mais em minha mente
Se unindo a cada pensamento
A cada sentimento
A cada emoção
Aproveito os poucos momentos de lucidez
Para tentar me acalmar
Tentando pensar numa forma de fazê-las parar
Pois tudo que ouço é
Você não é ninguém e nunca será
Estará para sempre solitário
Você era nosso e sempre será
Ninguém pode te ajudar
Tento manter o controle
Não acreditando em suas mentiras
Mas
E se não forem mentiras?
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