quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Destino despedaçado


 
ingenuamente
eu já alimentava esperanças
de estar mais proximo a ti
de te alcançar
 
 
porem não posso mais alimentar tais pensamentos
pois você os matou
e com apenas uma frase
 
 
e agora
os sonhos que eu tinha contigo
tornaram-se pesadelos
a ideia de caminhar ao seu lado
uma auto-tortura
 
 
pois não posso andar ao seu lado
apenas acompanha-la a distancia
destinado a ser a companhia
e nunca o companheiro
 
 
agora você caminha para longe de minha visão
seguindo seu caminho como se nada houvesse ocorrido
enquanto eu estou ainda aqui
parado olhando você cruzar o horizonte
pensando no que faço com tais sentimentos
 
 
quem sabe um dia
apenas talvez
nossas estradas novamente se cruzem
e quem saiba nesse futuro
você me deixara
te fazer sorrir


sexta-feira, 5 de julho de 2013

Declaração final


Por muitas luas
Fiquei calado
Apenas observando quieto
Você cometer seus erros

Vi você rir
Vi você chorar
E nunca abri minha boca
Para falar qualquer coisa sobre
Porém não mais

Não aguento ver mais isso
Devo agora tomar uma atitude
Largar as correntes de meu destino
Segurar a sua mão
E ajuda-la com seu caminho

Quero também pedir perdão
Me perdoe por nunca falar o que sentia
Me perdoe por fingir que nunca ligava
Para suas decisões

Eu sempre quis estar ao seu lado
Mas pelo medo
Fiquei sempre a sua periferia
Acompanhando
Aconselhando
Observando

Apenas uma coisa me falta
Deixara você
Que eu segure a sua mão

E caminhe ao seu lado?

quinta-feira, 4 de julho de 2013

existência


Não entendo
É uma pessoa completamente normal
Sem nenhum grande diferencial
Apenas mais uma na multidão
Cuja presença ou falta nem sequer seria notada

Porém
Nunca foi assim para mim
Diferentemente de como é a visão dos outros
Há você
E há a multidão

Uma existência tão única
Sem comparação com o que já me era conhecido
Observo-a então
E procuro entender seu pequeno mundo particular
Com um misto de curiosidade
E pura simples vontade de admirá-la

E nisso fico repetidamente
Como se a pessoa que olhei segundos atrás
Não mais fosse o que você é
Procuro reparar em cada mínima diferença
Entre quem você era
E quem você é nesse instante
Ao mesmo tempo que lhe imagino um futuro

E assim faço sucessivamente
Uma busca sem fim
Este é meu modo de tentar te entender

Já que não abres a porta para mim

quarta-feira, 24 de abril de 2013

E então tudo vai ao chão


Lembro de como você costumava falar
Que em outra vida me faria ficar
Que não me deixaria ir embora

Mas essa não era
A outra vida
Essa era a vida
Em que você me abandonava

Todas as promessas se foram
Todo amor se foi
E em um piscar de olhos
Tudo chegou ao fim

Eu ainda congelado
Pelo repentino ataque
Deixo cair ao chão as rosas
Que havia feito para ti

As rosas murcham e morrem
Os versos falecem
Antes mesmo de cair ao chão
O poema se desfaz

As lagrimas que me ensinaste a usar
Agora caem
Junto com o sangue
De meus ferimentos reabertos

Talvez eu não tenha me esforçado o suficiente
Talvez eu não tenha amado o suficiente
Talvez eu simplesmente nunca pudesse satisfaze-la

terça-feira, 16 de abril de 2013

Falta

Desde que me lembro
Sou permeado por essa sensação
A de que algo me falta

Porém
Nunca descobri o que é
Esse vazio que me consome
Como um buraco negro
Profundo ao infinito
Como poderá eu preenche-lo ?

Já segui o caminho das religiões
Já apostei na loteria dos sentimentos
Procurei tanto o auto-conhecimento quanto o metafísico
Entreguei me a vícios
Entre outras escolhas

E nada
O buraco continua
A sugar minha vida lentamente
Um pouco de minha auto-estima a cada dia
Um pouco menos de motivação
De tempos em tempos.

O parasita dentro de outro
Com o único objetivo
De consumir totalmente seu hospedeiro
Deixando apenas migalhas
De uma sombra
Do que ele costumava ser

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Hemorragia

Um dia
Acabei por me ferir
Não sei como
E nem por que

Apenas sei que meu coração
Havia sido apunhalado
Cortado profundamente

Diziam me:
"Esqueça!"
"O tempo ira curar todas as dores e magoas!"

Que grandes mentiras
Anos se passaram
E meu ferimento
Continua aberto

A hemorragia de sentimentos
Continua a fluir

Marcando meu caminho à sangue
Enquanto luto
Para sobreviver a cada dia

Dias tristes
Noites melancólicas
Uma busca continua por uma cura
Que talvez
Nunca tenha existido

Irei eu alcançar ajuda?
Talvez até a cura?
Ou irei cair pelo caminho
E lá ficar?

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Cruel Vida

No início eram dezenas de promessas
Flores, beijos e romances
Sonhos e sorrisos

Ficava horas
A imaginar o futuro
E outras a construí-lo

Até tudo desmoronar
Como um castelo de cartas ao vento.
Fazendo com que
Tudo fosse em vão

Eu sabia que a vida
Não me permitiria tamanha felicidade
Tamanha realização

Ela apenas deixou que eu alcançasse a esperança
Que eu me enchesse de vida
Para então toma-la de meus braços a força
Enquanto ria de mim ao cair em prantos

Estarei eu destinado a viver assim?
sendo torturado pela vida
Aguentando calado o sofrimento
E vendo tudo que tento construir
Desmoronar aos meus pés?

Se há destino
Que fiz para merecer tal sina?

E se não há. 
Que curva errada fiz 
Na estrada da vida
Que me guiaste a tão vil caminho?

quarta-feira, 13 de março de 2013

Desistencia

Já desisti deste mundo
De minha vida e sonhos. 
Só o que me resta é seguir
Esta estrada que me foi dada
E ver aonde ela me levará

Eu agora nu de qualquer orgulho
De qualquer honra
Pronto para aceitar os desirios do destino
Sem mais luta

Já lutei por muito tempo
E tudo para que?
Para nada
Tudo simplesmente em vão

Os grilhões ainda me prendem
Nunca houve sequer a mera chance de escapatória
Ele apenas me permitiu gritar e me sacudir
Querendo liberdade

Não há fuga disto
Só o que resta agora é continuar a estrada até minha execução

Fugindo do Mundo

Quando estou cercado pelo desagradável
Ou olho aquilo que desejo
Saio deste mundo
E parto para o meu próprio

Um mundo de sonhos despertos
Onde realizo sonhos
Sou quem, o que e como quero
Não há medo
Um mundo de aventuras e prazeres
Meu mundinho imaginário
Que por muitas vezes vale mais a mim que o decrepito mundo comum a todos

Quem dera eu pudesse fazer o que faço em meu mundo
Ter o que eu lá tenho
Mas aqui é o mundo "real"
Um mundo triste
Pintado a nanquim
Cheio de dramas e nenhuma cor

Sempre que necessito de forças para manter-me em pé
Quando os ataques do mundo a mim são deveras dolorosos
Fecho-me em minha casco de imaginação
E lá fico

Fugindo da realidade
Uns podem considerar isto covardia
Mas os fracos não muito a fazer

segunda-feira, 4 de março de 2013

Mentiras


Olho-me no espelho
Enquanto me preparo para o dia que virá
O reflexo do olhar vazio
Não me assusta

Todas as decisões
Todas as direções
Foram tomadas por mim
Que mesmo sendo avisado
Persisti

Agora me preparo para mais um dia
Preparo-me para usar novamente
Minhas mascaras de personalidades
Minha maquiagem para esconder as cicatrizes do passado
O sorriso falso que tanto uso

Não há mais como voltar
Não há retorno
Nessa via única
Que me leva ao meu fim

Continuo então com os artifícios
Pois não aguentaria
Mostrar meu próprio rosto a meus amigos
Não aguentaria
Vê-los perceber o que me tornei
Que “eu”
Na verdade nem sequer existo

Uma sombra
Um caco estilhaçado
Vivendo uma vida de mentiras e ilusões
Como um ultimo ato
De decência da minha parte
De não os entristecer

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A Dama Branca

Há luz em minha caverna
Decido então sair e procurar a sua origem

ao olhar para fora logo sou cegado pela luz
O brilho intenso ofusca minha visão
Mas assim que os olhos moldados a trevas acostumam-se
Eu a vejo
A bela lua bailando no céu noturno coberto de estrelas
Porém todas as estrelas
Nada são
Comparados a dama branca a cruzar o céu
Com sua superfície branca como leite.

Seu brilho é hipnotizante
Como olhos transbordando sedução
Chamando-me até eles
Sem notar ja sai da caverna e subo o morro mais alto que pude encontrar
E em seu topo tentei inutilmente alcança-la

Mas ela continua distante como sempre
Que tolo fui em pensar
Que com estas mãos a acariciaria
Que eu conheceria seus segredos mais íntimos
Quando na verdade nem chegar até ela consigo

Devaneios de um jovem sonhador
Que agora sonha com a lua ao dormir
E quando acordado fico perdido em meu próprio mundinho imaginando-a
todas as noites saio de minha prisão voluntaria
E subo o morro
Apenas para observa-la
Para contemplar sua beleza estonteante

Remoendo o fato de não poder alcança-la com minhas forças

Destinado a nunca ter
E para sempre ser apenas um contemplador

Um admirador nada secreto
A escrever poesias e canções sobre ela
Mesmo que ela nunca veja ou ouça.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Felicidade dos Tolos



Algumas vezes
Em certos momentos da minha medíocre vida.
Queria largar tudo

Esquecer tudo pelo que luto
Esquecer as ideologias
Esquecer o conhecimento adquirido 

E ser apenas uma pessoa normal 
Ser como a multidão

Me preocupar com as coisas normais e não os grandes dilemas
Ter simplesmente alguém para si 
Ao invés de procurar a alma gêmea
Ter um trabalho mediocre
Fazer coisas comuns
Em suma não me destacar

Estou livre 
Das garras da sociedade que nos obriga a seguirmos O Padrão
Mas a que preço?

ao preço da solidão?
ao preço do olhar de desaprovação de outrem
De ser taxado como louco
Esquisito

Alto é o preço que paguei pela liberdade
Perdi a felicidade dos tolos
E fico a me perguntar
Será
Que valeu a pena o preço pago?
Ou será que deveria ter continuado um ignorante?

O Amanhecer


Hoje não dormi
E pude aproveitar o que a tempos não via
Vi o amanhecer de um novo dia
Vi o sol voltar para livrar-nos da escuridão

Penso então em toda as histórias sobre ele
Em todas as mitologias que o circundam

Ouço o canto dos pássaros enquanto voam no céu azul
Vejo formas conhecidas nas nuvens distantes
O resquício do frio vento noturno que me bate

Como bela é a natureza
Sua visão
Sua música
Sua sensação de completude ao homem

A fraca luz ilumina me ilumina agora
Por mais que eu seja um ser das trevas
Não rejeitarei uma bênção como esta
Recebo a luz de braços abertos
Ela cega-me
Mais ainda assim só rio

Um novo dia nasceu para todos nós
Uma nova chance de correr atras de seus sonhos
Uma nova oportunidade de fazer as coisas de um modo diferente
De corrigir o erro
De tentar novamente

Sempre podemos nos levantar com esta certeza
O amanha virá e trará consigo o sol
Um novo dia sempre virá para aqueles que tem a graça da vida

Então aproveite este dia
Viva
Corra atras de seus sonhos


Seja como o sol
Que falha em manter se em pé e da lugar a noite
Ao fracasso e tristeza
Mas que sempre retorna para a todos iluminar com sua presença

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Fantasma



Sou como um fantasma a observa-la. Invisível, mudo, incorpóreo, como que em outra dimensão. Destinado a apenas observar, sem nunca alcançar.


A Luz

Por que motivo
A vida fez-me encontrar-te ?
Já não bastou enviar-me de volta a caverna
Tens de agora trazer a luz até mim?

Agora não consigo remove-la de minha mente
Sempre que fecho meus olhos
Te vejo sorrindo para mim.
O ar parece incompleto e sufocante
Sem seu perfume
Ouço sua voz
Até mesmo no mais absoluto silêncio
E agora aqui fico sozinho 
A desejar a sua presença
Sua companhia

Você é tudo que mais desejo
A exata idéia de perfeição
Materializada no mundo físico
Sem a corrupção da matéria
Um sonho que se faz real

Porém algo entre nós
Ainda é apenas um pensamento
Uma realidade
Que só se faria em um milagre
Os quais
Já desacredito

Resumo-me então a apenas observa-la
A ser uma boa companhia quando estamos juntos
A faze-la rir como posso
Sempre sem falar o que penso.

Como se o pensamento de "nós"
Nunca houvesse sequer passado por minha mente
Mentira ou omissão?
Tanto faz
O que importa é sua presença
Que Mesmo que curta e dolorosa
Traz sorrisos sinceros a meu rosto marcado
E a minha alma estilhaçada

sábado, 5 de janeiro de 2013

A caverna da Escuridão

Vejo-me agora entrando nessa escura caverna
Sozinho
Desarmado
Desesperado

O mundo de luz não era feito para mim afinal
Sou uma criatura das trevas
Um semimorto entre os vivos

Vivi sua cruel vida
Experimentei seus dolorosos sentimentos
Desejei seus prazeres
E conheci seus medos

E tudo isso por uma falsa promessa de uma suposta "felicidade"

Volto-me então a meu mundo de origem
Volto para minha caverna escura
Não há nada ou ninguém nela
Não há sentimentos
Não há prazeres
E não ha medos
Nada alem da eterna apatia e frieza

A trilha é tortuosa
Acostumado à luz
Meus olhos a nada veem
Mas aos poucos o caminho me vem à memória

Olho para trás
A luz ainda me alcança
Como uma última chamada
De volta a seu mundo
Mas não

Nada mais me segurara neste mundo que não pertenço
Não quando o que importava em mim
Esta morta
Por ter vivido neste mundo de ilusões
Morta por suas próprias mãos
Então deixo lá os cacos de minha alma e meu coração
Embora eu saiba que ninguém nunca ira os juntar
Ou sequer
Perceber sua presença

Bem no fundo da caverna
Há um trono e uma coroa
O jogo agora mudou
Aquele que era o bobo da corte
Outrora um bardo sem nome
E outrora um escudeiro a sombra de seu mestre

Ele agora é soberano
Soberano de seu reino frio, vazio e estéril.
Coloco a coroa de corações partidos em minha cabeça
E sento no trono de lagrimas petrificadas

A saudade do mundo superior e de seus humanos ainda me dói
Mas logo isso morrera
Como tudo morre no interior da escuridão
Onde os vermes habitam