quarta-feira, 24 de abril de 2013

E então tudo vai ao chão


Lembro de como você costumava falar
Que em outra vida me faria ficar
Que não me deixaria ir embora

Mas essa não era
A outra vida
Essa era a vida
Em que você me abandonava

Todas as promessas se foram
Todo amor se foi
E em um piscar de olhos
Tudo chegou ao fim

Eu ainda congelado
Pelo repentino ataque
Deixo cair ao chão as rosas
Que havia feito para ti

As rosas murcham e morrem
Os versos falecem
Antes mesmo de cair ao chão
O poema se desfaz

As lagrimas que me ensinaste a usar
Agora caem
Junto com o sangue
De meus ferimentos reabertos

Talvez eu não tenha me esforçado o suficiente
Talvez eu não tenha amado o suficiente
Talvez eu simplesmente nunca pudesse satisfaze-la

terça-feira, 16 de abril de 2013

Falta

Desde que me lembro
Sou permeado por essa sensação
A de que algo me falta

Porém
Nunca descobri o que é
Esse vazio que me consome
Como um buraco negro
Profundo ao infinito
Como poderá eu preenche-lo ?

Já segui o caminho das religiões
Já apostei na loteria dos sentimentos
Procurei tanto o auto-conhecimento quanto o metafísico
Entreguei me a vícios
Entre outras escolhas

E nada
O buraco continua
A sugar minha vida lentamente
Um pouco de minha auto-estima a cada dia
Um pouco menos de motivação
De tempos em tempos.

O parasita dentro de outro
Com o único objetivo
De consumir totalmente seu hospedeiro
Deixando apenas migalhas
De uma sombra
Do que ele costumava ser

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Hemorragia

Um dia
Acabei por me ferir
Não sei como
E nem por que

Apenas sei que meu coração
Havia sido apunhalado
Cortado profundamente

Diziam me:
"Esqueça!"
"O tempo ira curar todas as dores e magoas!"

Que grandes mentiras
Anos se passaram
E meu ferimento
Continua aberto

A hemorragia de sentimentos
Continua a fluir

Marcando meu caminho à sangue
Enquanto luto
Para sobreviver a cada dia

Dias tristes
Noites melancólicas
Uma busca continua por uma cura
Que talvez
Nunca tenha existido

Irei eu alcançar ajuda?
Talvez até a cura?
Ou irei cair pelo caminho
E lá ficar?

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Cruel Vida

No início eram dezenas de promessas
Flores, beijos e romances
Sonhos e sorrisos

Ficava horas
A imaginar o futuro
E outras a construí-lo

Até tudo desmoronar
Como um castelo de cartas ao vento.
Fazendo com que
Tudo fosse em vão

Eu sabia que a vida
Não me permitiria tamanha felicidade
Tamanha realização

Ela apenas deixou que eu alcançasse a esperança
Que eu me enchesse de vida
Para então toma-la de meus braços a força
Enquanto ria de mim ao cair em prantos

Estarei eu destinado a viver assim?
sendo torturado pela vida
Aguentando calado o sofrimento
E vendo tudo que tento construir
Desmoronar aos meus pés?

Se há destino
Que fiz para merecer tal sina?

E se não há. 
Que curva errada fiz 
Na estrada da vida
Que me guiaste a tão vil caminho?