quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Graças a você


Quanto tempo já se passou
Desde que aqueles dias
Dias que olhávamos nos olhos um do outro
E o amor fazia parte de nossas vidas
E desejávamos estar cada vez mais próximos

Até que então tudo isso se foi
Tão rápido
Só percebi quando não mais estava ao teu lado
E lá estava outra pessoa

Tentei segurar
Mas as lagrimas continuaram a descer por meu rosto
Lagrimas estas
Que você dizia serem boas

Você estava com meu trincado coração de cristal
Bem em suas mãos
E o quebrou
Em tantos pedaços
Que reuni-los seria impossível

Agora você continua sua feliz vida
Enquanto aqui estou eu
Ainda no mesmo lugar
Apenas vendo o tempo passar

Um alguém sem um coração para amar
É o que sou
Sem esperanças
Sem vontade de continuar
E cheio de medos

Por você tentei mudar
Mas foi você quem me mudou
Transformou-me nesta sombra
Sombra do que eu era

Não mais cometerei este erro
Entregar-me nunca mais
Até por que
Não há mais o que entregar

Dor
Agonia
Medo
Desconfiança

Isso foi tudo o que restou
Do que outrora chamei de amor
E tudo isso graças a você

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Viciado

Duro é
Tentar ser alguém frio
Duro é tentar calar
Um coração romântico

Inveja a mim então
Os verdadeiramente frios
Incapazes de sentir
Emoções essas
Que tanto me perturbam

Tolos são aqueles
Que os chamam de doentes
Para mim
Seria o mais novo passo evolutivo

Porque por mais belo
Doce ou caloroso
Que seja o sentimento

Tudo no fim acaba em dor
No fim nada verdadeiramente importa
Só o que resta
É apenas sofrimento

Quantas vezes
Deito-me em minha cama
Para esquecer o mundo
E do que nele há
E desejando
Que ele faça o mesmo

Se eu sei para onde vai esta estrada
Por que continuo seguindo-a?
Que força é esta que me impele a viver
Que me mantém acordado até agora

Como desejo fugir deste ciclo eterno
De dores e prazeres alternados
A felicidade leva ao tédio
O tédio traz consigo a desagradável depressão
E a depressão me leva ao risco

Risco este que me induz a loucuras
Loucuras em busca de adrenalina
Quanto mais próximo
Das gélidas garras da morte
Mais vivo me sinto

Tornei-me então um viciado
Cuja droga
Inúmeras vezes
Quase me levou ao fim absoluto
Porem
É a única coisa que me mantém vivendo

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Cega Multidão

Inúmeras vezes
Andei pelo meio das multidões
Sem ser percebido
Por nenhum de seus integrantes

Ninguém me vê
Ninguém me ouve
Ninguém me nota
Enquanto ando por eles

Suas atenções estão sempre voltadas
Para seus próprios interesses
Cegos para o mundo ao seu redor
Nem mesmo sentem
A chuva em seus rostos

O sistema os torna cada vez mais individuais
E cada vez mais solitários
Forçando-os a ser assim

Poucos olham para o céu
Se perguntando onde estão
Muitos olham para o chão
E apenas seguem o fluxo
Desacreditados em outra vida alem desta
Grande maioria
Apenas olham sem ver
Perdidos em seus próprios mundos pessoais

Gostaria de poder ajuda-los
A sair da multidão
Fazendo-os enxergar

Mas não posso
O caminho de cada um é único
Não se devendo interferir

Eles não estão preparados para tal odisseia
Para tal choque

Seus olhos doeriam
Ao finalmente ver
Seus ouvidos sangrariam
Ao ouvir os primeiros sons
E sua mente enlouqueceria
Ao perceber a realidade que nos cerca

O Maximo que posso fazer
É andar em meio da multidão
É indicar o caminho
Aqueles dispostos a sair
Mesmos que tão poucos
Estejam dispostos a fazê-lo

Andando em meio à cega multidão
Esperando calmamente
Que alguém me note

O que é Felicidade

O que é?
Essa intangível coisa
A qual chamamos felicidade
E que tão incessantemente procuramos

De onde vens?
Será que nasces como o amor
Será semeada como o ódio

Por que a procuramos
Em declínio
De tantas outras coisas?

Desde o inicio dos tempos
O homem a busca
Como fosse ela
O alimento da vida

Mas onde esta sua definição?
Em suma
Onde esta sua essência?
O que ela realmente é?

Um sentimento
Uma emoção
Um momento
Infinitas são as palavras para descrevê-la
Sendo assim
Infinitas as formas de dizê-la

Uns dizem que nunca a alcançaremos
A resposta a essa questão
Dizem-nos ser inalcançável

Mas mesmo que não saibamos
A UNA definição
Sabemos intrinsecamente
Como
E o que ela é

Talvez
Este seja o real sentido da vida
Aquilo por qual
Vale a pena viver

Todos a procuramos
Seja da maneira que for
Seja no amor
Seja nas realizações
Seja na família
Seja como for
A corrida da humanidade por seu objetivo
Ainda continuara por um longo tempo

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Vazio

Por vezes nos sentimos vazios e sem objetivos

Cansados de tudo e de todos

Pensando sermos erros no mundo que nascemos

Não há quem possa nos ajudar

Não ha palavras que nos acalentem

Simplesmente não há mais esperança

Tudo que podemos fazer é nos tornar parte do vazio

A escuridão

Após tão longo tempo
Tão longo que já não lembro
O porquê ou como isso se iniciou

Após tanto tempo
Eu finalmente paro de correr
Estou cansado de fugir
Meu coração não mais aguenta

Olho para trás
E lá esta ela
A escuridão
A mesma a qual fugi durante anos

Eu finalmente entendo
Não há como fugir
Nunca houve
Achava que saindo do poço
E alcançando os céus
Ela me deixaria partir

Mas não
Ela me seguiu
E me trouxe de volta ao frio chão
Então fugi inutilmente
Tentando alcançar uma luz
Que estava alem do possível a mim
Que tolo fui

Estou deitado olhando para o céu
Enquanto as trevas lentamente me circundam
Aproveitando meus últimos momentos
A ver céu iluminado pela luz
Que tanto busquei

Agora eu finalmente entendo
Nunca houve fuga
Ela sempre saberia onde eu estaria
Pois ela sempre esteve próxima a mim
Em mim

Esteve sempre em meu coração
Circulando por minhas veias
E invadindo meus pensamentos

Agora abraço a escuridão
Que por anos temi
Mas agora é diferente

Seu silencio
Seu frio
Sua solidão
Agora me torno um só com ela