terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Monofobia

Ninguém quer ficar sozinho para sempre
 Eu porém
 Não quero ficar sozinho nunca
 Pois isso significa enfrenta-las

 As vozes em minha cabeça
 Vozes que me dizem verdades que não quero aceitar
 E jogam em minha cara minhas falhas e defeitos

 Mas elas apenas aparecem quando não há ninguém
 Me atacam em bando quando estou sozinho
 Predadoras inteligentes

 Não posso enfrentar elas
 Pois não posso ir contra os fatos
 Posso apenas fugir

 Fujo então para ao lado das pessoas
 Me socializar é meu modo de fuga
 Uma fuga de mim mesmo
 Para manter o pouco de sanidade
 Que as vozes ainda não destruíram

Lembranças



Alguns anos se passaram
 Desde que separamos as trilhas de nossos caminhos
 Naquele fatídico dia

 Você agora nem deve lembrar quem sou
 Talvez nem lembre meu nome
 Mas eu ainda não consegui esquecer

 A faca que você me apunhalou
 Continua cravada em meu peito
 E isso não me permite esquecer certas coisas Coisas que seria melhor não lembrar

 Como seu rosto
 Seus lábios
 O som de sua voz
 E todas aquelas promessas
 As quais me fez acreditar

 Ainda me questiono
 O porque de você ter feito o que fez
 Me ter feito abrir um coração trancado
 Coloca-lo em suas mãos por confiança
 Para depois joga-lo ao chão como lixo sem valor

 Será que para ti não passei de uma brincadeira?