sábado, 5 de janeiro de 2013

A caverna da Escuridão

Vejo-me agora entrando nessa escura caverna
Sozinho
Desarmado
Desesperado

O mundo de luz não era feito para mim afinal
Sou uma criatura das trevas
Um semimorto entre os vivos

Vivi sua cruel vida
Experimentei seus dolorosos sentimentos
Desejei seus prazeres
E conheci seus medos

E tudo isso por uma falsa promessa de uma suposta "felicidade"

Volto-me então a meu mundo de origem
Volto para minha caverna escura
Não há nada ou ninguém nela
Não há sentimentos
Não há prazeres
E não ha medos
Nada alem da eterna apatia e frieza

A trilha é tortuosa
Acostumado à luz
Meus olhos a nada veem
Mas aos poucos o caminho me vem à memória

Olho para trás
A luz ainda me alcança
Como uma última chamada
De volta a seu mundo
Mas não

Nada mais me segurara neste mundo que não pertenço
Não quando o que importava em mim
Esta morta
Por ter vivido neste mundo de ilusões
Morta por suas próprias mãos
Então deixo lá os cacos de minha alma e meu coração
Embora eu saiba que ninguém nunca ira os juntar
Ou sequer
Perceber sua presença

Bem no fundo da caverna
Há um trono e uma coroa
O jogo agora mudou
Aquele que era o bobo da corte
Outrora um bardo sem nome
E outrora um escudeiro a sombra de seu mestre

Ele agora é soberano
Soberano de seu reino frio, vazio e estéril.
Coloco a coroa de corações partidos em minha cabeça
E sento no trono de lagrimas petrificadas

A saudade do mundo superior e de seus humanos ainda me dói
Mas logo isso morrera
Como tudo morre no interior da escuridão
Onde os vermes habitam