sábado, 17 de novembro de 2012

Medo da Morte


Um dia a muito tempo atrás
Perguntaram-me:
“Qual seu maior medo?”
E eu lhe respondi
“Meu maior medo é morrer e não ser lembrado por ninguém”

Eram tempos negros
Tempos de solidão
Porem hoje
Não posso mais dizer que este é meu maior medo

Nesse caminho percorrido por mim
Desde aquele dia
Encontrei pessoas especiais
Pessoas que me acompanham até hoje

E apenas por gostar de minha companhia
E de quem eu sou

Sei que se eu morrer hoje
Seja da forma que for
Haverá pessoas a lembrar de mim
De quem eu era
Como era
E quando marquei suas vidas

E só isso já me consola
Tira-me todo medo da morte
E do que vier depois dela
Isso não mais me interessa

Não quero nenhum paraíso
Nenhuma vida eterna
Nenhuma outra encarnação
Não quero nada disto

Tudo que eu quero
É apenas
Ser lembrado como eu fui como pessoa
Amigo
E familiar
Pelas pessoas com quem me  importo
E que realmente gostam de mim

Só isso e nada mais
Só manter a lembrança de minha existência viva
Já me basta

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O fardo do Palhaço


O sorriso do Palhaço


Agora que te vejo
Com outros olhos
Percebo sua tensão
Sua tristeza por me ver assim

Caído, derrotado
Nem mesmo a sombra
Do que outrora havia sido

Dói-me ver isto
Dói-me mais que todas as torturas por que passei
Que todas as feridas que sofri
Dói-me ver
Você chorando por mim

Chorando por um alguém
Que nem ao menos
É digno de sua presença
Quanto mais de sua piedade

O que posso fazer para fazer isto parar?
Não quero te fazer sofrer
De sofrimento já bastam os meus

Só o que consigo pensar
Infelizmente
É fingir

Fingir que esta tudo bem
Que estou feliz como estou
E que não estou tão perto da morte
Quanto pareço estar

O falso sorriso do palhaço
Não é por mal
Esconder as cicatrizes
Produzir um sorriso
E atuar como se estivesse feliz

Esse é meu fardo
O que escolhi carregar
Para que não houvesse outra lagrima em seu rosto
Não por minha causa

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Tédio Depressivo


Neste atual estado em que estou
Já não sei mais
Diferenciar o tédio a depressão
Ambos uniram-se
E um leva ao outro num circulo sem fim

O tédio leva a depressão
A depressão traz consigo o tédio

Os únicos momentos
Em que estou livre
São aqueles
Em que estou acompanhado
Das pessoas com quem me importo

Minha vida agora se resume a isto
Aos lados de uma moeda
De um lado a depressão e o vazio
Do outro
Os curtos momentos de felicidade

Aquele filósofo estava certo
Devemos ir com cautela
Quando vamos atrás da felicidade
Você pode viciar-se
E com o tempo a mesma dose
Não é suficiente
E você quer mais
Cada vez mais
Até que nada o satisfaz

Tão perto cheguei deste caminho
Sem ao menos perceber

Será que ainda há esperança
Para este poeta de alma condenada?