quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Parasita




Porque nesse momento
Logo neste dia que se espera alegria
Sinto eu tristeza
Porque sinto um vazio?

No meio de tantas pessoas queridas
Amigos e familiares
Como consigo eu sentir solidão?
Não sei

Só sei que é como se algo faltasse
Algo importante e desejado
Mas o que mais poderia eu pedir?

Apesar das intempéries
Cai em uma boa família
Após atravessar a lama fria sozinho
Encontrei amigos fieis
Encontrei o amor que tanto desejava e sonhava

Que pensamento egoísta este meu
Se isto não é o suficiente
O que é?
O que tanto me falta?

Sinto nojo de minha pessoa
Nojo de meus pensamentos egoístas
Nojo de meus sentimentos egocêntricos

Sinto tanta vergonha por isto
Vergonha que me faz querer preparar minha trouxa
E ir embora me entregar à solidão do mundo

Pois eu não sou merecedor
Do carinho, amor e afeto que tanto recebi
Nunca fui
Sou um ingrato
Um parasita imundo em meio aos humanos
Que simplesmente aparenta em forma ser um

Lagrimas
Descem por meu rosto enquanto escrevo
Mas elas não têm nenhum valor
Se vindas de mim

Novamente todas as paranoias
Todos os devaneios
Retornam para me assombrar
É isso o que realmente mereço
É o poço
O mundo ao qual deveria pertencer

Ao mesmo tempo em que retorno a ele
Pergunto-me
O que viram em mim
Para querer tirar-me de lá
E mostrar-me a luz que eu nunca alcançaria?



quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O que é a realidade?

Pus-me agora a pensar
Será que realmente existimos?
Como garantir
Que tudo isto não é apenas uma ilusão

Uma realidade montada
Destruindo-se
Modelando-se
Conforme me movo por ela

Como saber se a pessoa a meu lado
Esta realmente ali
Ou se é um fruto da minha imaginação

Um ser sem alma
Uma casca vazia
Colocada ali apenas para preencher o mundo
E manter-me acreditando nesta realidade

Sei que de mim
Não posso duvidar a existência
Não há como duvidar do seu próprio pensamento
Pois esta mesma indagação
Já é por si só um pensamento

Duvido então das condições que existo
Será tudo um sonho
Uma ilusão implantada
Ou apenas um deus insano
Em um planeta vazio
Enchendo o mundo de semelhantes
Só para não sentir-me sozinho

Cheio estou
De indagações metafísicas sobre a realidade
Caminhando na tênue linha
Que separa a sanidade da loucura

A questão provavelmente
Nunca será respondida
Porem a curiosidade
Ainda me impele a perguntar
O que é realmente a realidade?