quinta-feira, 8 de abril de 2010

A vida e o medo

Tentam me ensinar a ter medo do mundo
Medo do desconhecido
Medo da morte

Porém a esses ensinamentos recuso
Pois não me agrada o medo
Afinal

O mundo é para todos
Se alguém não tentar fazer novas descobertas
Quem fará?
E porque ter medo da morte
Se tudo é apenas um ciclo

Nascer
Crescer
Se reproduzir
E morrer

O ciclo da vida é simples e imutável
Não se preocupe
Se você vai morrer
Apenas viva enquanto pode

E nunca chore por alguém que morre
Pois enquanto você ainda chorar
A alma da pessoa nunca estará em paz

Viva a vida como deve ser vivida
Uma aventura
Cheia de emoções e descobertas

E uma aventura não pode ocorrer
Se você tem medo de dar um passo a frente do desconhecido
E só segue aonde alguém já seguiu
Se você tem medo do mundo
Afinal no mundo há coisas perigosas
Mas o numero de coisas boas as supera
Se você tem medo da morte
Se tiveres medo ela parecera para você
Um castigo,
Uma fatalidade
Porém se aceitas
Veras nela apenas o fim do ciclo

Por isso vos digo
Viva o que quer viver agora
Viva a vida como tens de ser vivida
Para quando o seu dia chegar
Você poder dizer
“não me arrependo do que fiz
Pois fiz sabendo
Que nunca teria outra chance de fazer”

Busca

Algum tempo se passou
Desde que recuperei as esperanças
E continuei minha busca

A busca por alguém que me aceite como sou
Que não me obrigue a mudar
Que não me faça ser outra pessoa para agradá-la
Alguém que goste de mim pelo que sou
Sem se importar com as falhas
Estando comigo apenas porque sou eu

Vi as estações mudarem lentamente
Enquanto caminhava na estrada da vida
Lentamente procurando por esse alguém

Quando penso em parar
Surge uma centelha de esperança
Porem tudo se revela apenas mais um fracasso
Uma peça pregada pelo destino
Seria para prolongar minha dor?
Ou estaria me preparando para futuros casos

Sinceramente não sei
Não sei mais quem sou
O que quero
O que já fui.

Estou agora apenas vivendo por viver
Sem uma determinação que me faça querer avançar
Apenas avanço, pois não suporto a idéia de parar logo agora
Apenas esperando a próxima peça do destino

Sei que nela cairei,
Mas não ligo
Pois me ensinaram uma vez que:
“Melhor tentar e fracassar
Do que viver com a idéia na mente
De que:
“Poderia ter dado certo””

Enquanto viver continuarei a procurar essa pessoa
Mas será que minha alma gêmea
Realmente existe?

Futuro



Fico a pensar
Qual o propósito de ser assim?
Qual será o motivo disso?
Dizem de o Criador nos faz
Com talentos e defeitos
Para auxiliá-la
Em seu propósito de vida

Como ele deu a abelha
A habilidade de voar
Para que ela consiga ajudar sua colméia a sobreviver
Perante as desventuras da vida

Então reflito
Porque sou assim?
Observo as pessoas a minha volta
E enxergo seus talentos e falhas
E tento imaginar seus futuros
Usando seus talentos

Porém não enxergo meus próprios
Não consigo imaginar um futuro para mim
Por mais que tento planejá-lo
Sempre haverá o empecilho
De ser como eu sou

O que o Criador almeja para mim?
Que futuro terá minha vida?
Sem o talento necessário?

Isso é algo que devo descobrir sozinho
Pois ninguém mais
Pode sentir as duvidas e a dor
Que somente eu sinto
Não há como partilhar
É algo único

Continuarei então caminhando
Na estrada da vida
Que me foi designada
Procurando respostas
Para as perguntas que cada vez mais
Afogam-me num mar de duvida

Está-se perto ou longe do fim
Valer-se-á a pena
Não ligo para essas duvidas
Tudo o que quero é viver
E descobrir
Quem sou eu

Quebra cabeça

Vejo a personalidade como um quebra-cabeça
Um misto de peças
Que você adquiriu no seu nascimento
E as outras com experiências de vida

Sempre me vi como alguém
Que nasceu sem peças
Apenas com a habilidade de copiar as alheias

Sempre tentava completar o quebra-cabeça
Da pessoa em questão
Porem de tão complicado
Acho até impossível

Porém um amigo me disse:
“Se você não tem sua própria personalidade
E apenas pode copiar
Separe uma “peça” de cada pessoa
E crie a sua”

Após algum tempo percebi
Se a personalidade é um misto de você
Mais sua experiência de vida
Eu já tenho a minha personalidade

E de tão remendada
Ela é única
Como deve ser.

Luar

Às vezes paro o que estiver fazendo
E olho para o céu noturno
E vejo um grande astro brilhando
A lua

Então fico a observá-la
Ela com seu belo brilho hipnotizante
Olho a minha volta
E não vejo mais ninguém a observando
Só vejo todos a ignorarem
E reflito:
Será que ficamos cegos para o mundo a esse ponto?

Para que o astro
Que um dia
Para muitas culturas foi um símbolo de beleza
De um nível inalcançável
Símbolo das fases da vida

Com tantas coisas a se preocupar
Os humanos deixam de perceber
As coisas simples da vida
Que são as que mais alegram
Aqueles que sabem dar-lhes
O valor merecido

Não sei se ela estará lá amanha
Por isso
Paro para olhá-la hoje
O que muitos não fazem
Mas iriam querer fazer
Se ela não estivesse mais lá

Beatriz (poema para minha querida irma)


“Beatriz”
Do latim
Significa:
Aquela que faz os outros felizes

Para o jeito dela de ser e viver
Nenhum outro nome
A descreveria tão bem quanto este

Ela é tão feliz
Que chega a transbordar felicidade
Em todos que estão ao seu redor
Deixando-os felizes apenas por estar perto dela
E quando ela está longe
Você fará de tudo
Para voltar a ficar do seu lado

Ela é como uma gata
Dependente e independente
Livre e presa por sua própria vontade

O mais incrível fato é que:
Você precisa dela
Para se sentir feliz
Ela
Apenas precisa ser ela mesma

Se você puder ter a chance
De ter ela a seu lado
Espero que seja uma pessoa sensata
E nunca a faça ir embora
Pois somente você vai cair
No poço de tristeza
Que a circunda

Como uma esfera
Mais perto do centro:
Mais felicidade
Mais longe:
Menos felicidade
Saia da esfera e chore de tristeza

Ah “Beatriz”
Nome de princesa
Nome de rainha
Nome da felicidade quando tomou forma humana


“Beatriz”
Amiga
Irma
Menina
Mulher

Aquela que carrega este tão abençoado nome
Dedico este poema do fundo do meu coração

Seja feliz
Continue trazendo felicidade
À este mundo marcado pela tristeza e solidão

A chuva


Recobro a consciência
E percebo que bastante tempo se passou
Desde que comecei a pensar sobre isso

Olho para fora
Esta chovendo
Não chuviscando
Nem trovejando
Apenas uma chuva
Leve e simples

Pensamentos tristes tomam conta do meu corpo
E minha mente
Penso então em dar uma volta
Para limpar a mente

Estou na chuva agora
Mas não me sinto melhor

Achei que a chuva
Fosse levar com ela esses sentimentos
Porém cada gota que cai no meu rosto
É deprimente

Cada gota me lembra dos fracassos e perdas
O que há de tão mágico nisso?
É apenas água caindo do céu em gotas
Mas que traz consigo
Sentimentos tão profundos

Olho para cima
As gotas caem em minha face
Algumas próximas aos meus olhos
Lembrando-me vagamente
De como é chorar

Já não me lembro mais
Da ultima vez
Que deixei minhas emoções fluirem
E simplesmente chorar

Chuva
Oh maldita e bela chuva
Que trás consigo
Esperanças e tristezas

Como ela consegue?
Ter o equilíbrio de ser
Triste e deprimente
E ao mesmo tempo
Calma e serena

Um perfeito equilíbrio
E é nesse equilíbrio
Que a natureza e a vida se baseiam.

De que forma desejas ver a morte?


De uma forma que não seja tão cruel, e que não doa muito.
Que eu lembre apenas que o ser humano não vai agir comigo como eu acabo agindo com os humanos.
Ninguém vai agir comigo como gostaria que agissem consigo.
Eu preciso aprender a reprimir todos aqueles pensamentos e todas as farpas.
Posso sentir as farpas, e posso ignorá-las.
Desejo ver a morte e não sentir a dor, mesmo que ela venha de dentro.
Preciso me lembrar de não dizer a mesma coisa várias vezes, por mais que o veneno do não dito me mate por dentro.
Preciso lembrar que o mundo cinza não vai se colorir e que ninguém vai colorir ele para mim.
Desejo ver a morte, de uma forma mais preta e cinza o possível.
Que não me venha com palavras doces, de compreensões que não existem.
Que não me venha com promessas vazias que nunca se cumprem.
Me lembrando de que ninguém se importa de verdade, e dizem que se importam para ficar bonitinho.
Preciso me lembrar que a dor dói apenas em quem esta ferido.
Preciso me lembrar que não importa o carinho que você trata a pessoa, o bom senso dela nunca vai obrigá-la a agir igual.

Agir sem esperar nada em troca, agir sem esperar que te escutam, ser como o vento se moldando ao mundo, a vida social.
Desejo me desligar, como uma canção ao fundo, que ninguém percebe quando acabou, aquela canção esquecida.
A melhor forma de dizer é o silêncio que só compreende os interessados.
Me cansando aos poucos entre fumaças e desistência.
Preciso lembrar de sorrir quando quero chorar.
De me calar quando quero gritar.
De sorrir quando quero xingar.
E dizer palavras doces ao invés de grosseiras.
Não dizer nada que seja desagradável, melhor é o silêncio.
Me lembrar de não pedir uma segunda vez, discutir uma terceira e insistir no que eu quero dos outros.
Desejo ver a morte, como ela é, e aproveitar a sua cena, como o ato de um teatro.
Me lembrar, me lembrar que a solidão é boa, e que estar só, é diferente, sou dono do mistério.
Me lembrar de coisas que não devem ser ditas.
Que seja silenciosa.

terça-feira, 6 de abril de 2010

“Múltiplas personalidades”


Muitos me consideram louco
Muitos me consideram idiota
Enfim muitos me consideram muitas coisas

Mas nada disso me afeta
Pois eles não têm o poder de abalar uma “legião”
Existe dentro de mim
Vários “eu”s diferentes
Cada um com sua própria vida
Próprios gostos, hábitos, qualidades e defeitos
São tantos que já perdi a conta

Às vezes eles entram em conflito,
Brigando para ver quem usará o corpo,
Os maiores conflitos são entre os opostos
Como amor e ódio
Felicidade e tristeza
E principalmente
O romântico e o apático
Esses últimos merecem até uma estrofe própria

De um lado esta o romântico, sensível e poeta
Do outro o apático, frio e sem sentimentos
Brigando constantemente

O romântico ansiando por amar e ser amado
Enquanto o apático tenta prende-lo
Para protegê-lo das decepções amorosas
Que estranhamente parecem acontecer por intervenção divina

Uma luta sem fim
Dizem que essa luta ocorre no coração de todo ser humano
E quem ganha é aquele que você alimenta mais

Quem ganhará a interna batalha?
Quem será o dono do meu corpo?
Enfim
Quem será eu?

O poço


Quando se esta triste e só
É como se você estivesse em um poço
De tristeza e solidão
Um largo
Frio
Escuro
E fundo poço

E você escutara somente a sua voz
E estará sozinho
Sem ninguém para te ajudar
E não adiantara gritar
Pois sua voz será engolida pela escuridão
E nenhuma resposta será ouvida

Quando se esta nesse poço
Somente há duas maneiras de sair

A primeira é você esperar
Que a “ajuda”
Venha te buscar
Será como uma mão
Tirando-te do escuro poço
E te devolvendo à luz

A outra consiste em “escalar”
Ou seja
Superar o que já passou e sair
Porem esse modo deixara
Marcas que estarão em você
Enquanto você viver

E elas continuaram em você
Até que você conheça
A pessoa que era destinada a te tirar daquela solidão
E preencher o vazio do seu coração

Estou neste poço a um bom tempo
Tanto que já perdi a conta
Primeiramente esperei
Porem ninguém veio me resgatar
Então agora escalo este poço
Que parece nunca chegar ao topo
Estou cansado,
Marcado,
E só.


Será que alguém vira me resgatar?
Pois não sei se agüento mais
A solidão e a escuridão deste poço

Estou como numa corda bamba
Tentando manter o equilíbrio
Em um caminho
Que não se vê para onde esta indo
Temendo cair e voltar aquela solidão
Maior do que a que encontro onde estou

Sei que este poema parece meloso
Porem um poema sem sentimento
Não é um verdadeiro poema